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terça-feira, 24 de julho de 2012

Teatro Popular de Ilhéus monta peça sobre greve dos escravos


foto: Felipe de Paula
A primeira greve do Brasil, feita pelos escravos do Rio do Engenho, será o tema da próxima montagem do Teatro Popular de Ilhéus (TPI). Intitulado 1789 – Engenho de Santana – uma revolução histórica, o espetáculo trará uma releitura sobre o acontecimento da Ilhéus colonial. O processo de produção começa em novembro, com pesquisa histórica e improvisações. A estreia está prevista para janeiro de 2013.


            Assim como os demais espetáculos do Teatro Popular de Ilhéus, 1789 – Engenho de Santana – uma revolução histórica começará com a análise não apenas do fato que inspira a obra artística, mas também sobre o contexto histórico da época. Os estudos do elenco terão suporte do historiador Marcelo Henrique Dias e do arqueólogo Elvis Barbosa. O Terreiro Matamba Tombeci Neto, remanescente do Engenho de Santana, também estará envolvido no processo. “Em 2008, fizemos uma série de debates no projeto Improviso, Oxente! sobre o tema. Agora, aprofundaremos ainda mais a pesquisa”, informou o autor e diretor Romualdo Lisboa.

A peça foi uma das contempladas do edital setorial de teatro do Fundo de Cultura da Bahia e será produzida por Pawlo Cidade, da Associação Comunidade Tia Marita, entidade sociocultural. Entre mais de 200 propostas apresentadas, a montagem do TPI foi a única selecionada do Litoral Sul. No ano passado, o esboço do texto venceu o edital de Apoio ao Desenvolvimento de Textos Dramatúrgicos no Estado da Bahia, promovido pela Fundação Cultural do Estado da Bahia, e norteará a construção do espetáculo.

A história
             A montagem começará numa fábrica de chocolate em Ilhéus no ano 2089, com os funcionários insatisfeitos, lembrando-se do ato histórico ocorrido 300 anos antes. Então, haverá um salto temporal que contará como aconteceu a rebelião dos escravos do Engenho de Santana, que dominaram o local por dois anos, reivindicando melhorias trabalhistas numa carta.
            Para Romualdo Lisboa, a relação entre o Engenho e uma fábrica permitirá um entendimento melhor a respeito da mobilização social como mecanismo de transformação histórica, econômica e social. “Tanto o engenho de açúcar quanto a indústria de cacau tiveram grande relevância para Ilhéus. Precisamos, hoje, promover revoluções, não como as provocadas pela opressão de tiranos, mas pequenas revoluções cotidianas, de ideias e comportamento”, explicou.

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